sábado, 31 de outubro de 2009

CHAMINÉS






                                                                              

Nas terras alentejanas a cozinha reveste-se de especial importância,acumulando múltiplas funções-além da sua própria, a de refeitório, sala de trabalho e de acolhimento, pois grandes partes das casas abrem para ela a sua porta principal, tornando a cozinha sala de fora.
A lareira , quase sempre não elevada, fica sob a chaminé por onde os fumos se escoam totalmente,permitindo a irrepreensível limpeza da dependência que constantes caiações mantêm resplandecente.Exteriormente as grandes chaminés, na maior parte impostas na frontaria das casas,apresentam-se muitas vezes com molduras de argamassa ou gesso, desenhos esgrafitados, remates sem limite de imaginação.
Nas chaminés de saída cilíndrica a ornamentação confina-se às frechas de saídas de fumos, ou em anéis a elas emitados.
Amplamente se constroem largas chaminés de ressalto, partindo do solo ou de níveis mais elevados apoiados em mísulas, arcos tec.
É frequente também as ruas caracterizadas por competições entre chaminés todas diferentes.

As formas destas chaminés branqueadas a cal e o rendilhado das frestas são por vezes único motivo ornamental exterior da habitação.
No entanto a tiragem destas chaminés abertas a todos os ventos nem sempre funciona bem, e por isso alguns cegam parte das aberturas.


Outro artigo.
Na grande chaminé que vai de parede a parede, em cuja padieira os cobres brunidos e os "arames" estadeiam o seu festivo reflexo palpitante, arde um grande tronco de azinheira.
Àquele lume se achegam os amos e os feitores e os criados, todos no empenho de sacudir dos membros enregelados à friagem que o campo tenazmente lhes insinuou.Sobre a borralheira,entre as brasas de azinho,fazem-se os "magostos" de bolota para os rapazes.


A chaminé é o coração do monte. O lume largo e patriarcal que arde sob o chão, sem grelhas nem cachorros, fica de uns dias para os outros. Basta soprar o borralho em cada manhã, chegar-lhe uma mão cheia de gravetos , e ei-lo que se renova e esplende, redivivo.


A quem escreve estas linhas, mostraram um dia, num monte perto de Marmelar, uma chaminé onde o lume durava há 18 anos, sem nunca se ter apagado.


Sobre a arcada enegrecida das grandes fumaças do Inverno, umas varas de castanho vão de ponta a ponta, em encastradas nas taipas das paredes. Nela se penduram as carnes ensacadas, depois das grandes matanças que vão do Natal em diante, até ao Entrudo. Ali se "curam" os paios e os chouriços e as linguiças que são o conduto das longas digressões de trabalho.
(Texto copiado de um livro muito antigo sobre o Alentejo).
______________________________________________________ Mais um artigo sobre as chaminés Alentejanas que encontrei na Internete:-
As chaminés Alentejanas supostamente de origem arabe, podem ser cilindricas, quadradas ou rectangulares.
No alto da chaminés costuman estar cataventos que por vezes são verdadeiras obras de arte.
As suas dimensões variam e podem chegar até aos 3 metros de altura. com um metro de diametro.
Diz-se que o seu tamanho representava o estatuto social de quem as mandava construir, podendo existir várias chaminés num mesmo telhado.
A chaminé era um local chave na casa pois era opr debaixo da sua aboboda que a família se costumava reunir.
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